Em 2019, Brasil foi o 4° país que mais matou ativistas de direitos humanos

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De acordo com relatório, as mortes ocorreram devido a questões como conflitos por terras e defesa de direitos indígenas

Foto: Apib Comunicação | Flickr/CC

Por: Mariana Lima

Em 2019, ao menos 23 ativistas de direitos humanos foram assassinados no Brasil. Isso coloca o país na 4ª posição entre os países mais violentos para quem atua na defesa desses direitos.

As informações são do relatório anual da organização Front Line Defenders, que reúne denúncias globais dos ataques contra ativistas.

Diversos países latino-americanos estão entre os lugares mais perigosos, de acordo com o relatório. O topo do ranking é ocupado pela Colômbia, que teve 106 registros de assassinatos contra ativistas de direitos humanos. Em seguida, aprecem as Filipinas, na Ásia, com 43, e a lista segue com vários países latino-americanos: Honduras (31), Brasil (23), México (23), e Guatemala (15), além de outros países com menos de 10 mortes. Em todo o mundo, foram 304 ativistas assassinados em 2019.

Os dados do relatório sobre o Brasil foram coletados com base em informações da Pastoral da Terra, organização que atua em relação aos conflitos por terra no país, e do Grupo Gay da Bahia, que colaborou com os dados do país em relação ao número de assassinatos de pessoas LGBT+.

A organização do relatório informou que os dados sobre o Brasil em 2019 ainda podem ar por alterações. De acordo com o documento, as disputas por áreas rurais e indígenas junto aos enfrentamentos por motivos ambientais são responsáveis por 40% dos assassinatos.

Entre os casos citados na lista do Brasil em 2019 estão os assassinatos de dois líderes Guajajara em dezembro, o conselheiro tutelar Paulo Anacleto, o ativista LGBT+ Sandro Cipriano e a ambientalista Rosane Santiago.

Vale lembrar que o país vem ocupando posições no topo do ranking há pelos menos 5 anos, no entanto, os números já foram mais alarmantes.

Em 2017, foram 67 vítimas, enquanto 2018 apresentou o mesmo número de 2019. O documento ainda destaca a saída de acadêmicos e pesquisadores do país devido a ameaças pessoais, como ocorreu com a pesquisadora Débora Diniz e o ex-deputado federal Jean Wyllys.

Para conferir o relatório completo, clique aqui.

Fonte: Carta Capital