Eleições no Brasil dos “Brasis”
As eleições para presidente da república em 2014 deixaram marcas em todas as esferas da sociedade e ainda continuam, com as notícias pós-reeleição da presidenta Dilma.
O pronunciamento da Presidenta traz à tona importantes questões para o Brasil continuar a se desenvolver a partir de novas propostas e outras que devem ser retomadas. A reforma política, a convocação de uma constituinte/sociedade civil, o combate à corrupção e a abertura de um diálogo maior estiveram presentes em seu discurso, atendendo o anseio das primeiras e inevitáveis mudanças nesse novo mandato.
Uma parcela da sociedade eleitores de Dilma acreditam e são otimistas que as mudanças serão feitas e que o Brasil irá na direção de um projeto de desenvolvimento em benefício do povo brasileiro.
Porém, é ingênuo afirmar o que tem sido divulgado, que as eleições ou o PT dividiram o país ao meio (ricos e pobres, direita e esquerda, nordeste e sudeste etc.). O Brasil dividido e segregado sempre existiu durante toda a sua trajetória histórica, desde a colonização, ando pelos longos períodos de ditadura. O Estado e os seus aliados políticos e econômicos sempre foram defensores e representantes dos interesses de uma pequena parte da população.
Em 12 anos dos governos do PT, começamos a ver mudanças, mesmo que tímidas. O Estado torna-se presente na condução das Políticas Públicas e Sociais para os mais pobres, ando a priorizar a maior parte da população brasileira.
Não podemos deixar de reconhecer que os avanços dos governos do PT foram muitos, e não são meras estatísticas como a oposição e a grande mídia afirmam. Sabemos que milhões de brasileiros tiveram uma real melhoria na qualidade de vida. Ainda temos que avançar, mas, com certeza, não é com um projeto de governo neoliberal que represente os interesses de uma pequena minoria da população.
Entretanto, pós-eleições, continuamos a assistir ataques e resistência tanto de uma parte da sociedade, que rejeita qualquer projeto social, como de uma parcela do governo/oposição, grande mídia e sistema empresarial/financeiro que não apoiam o atual governo.
Percebo que os desafios da presidenta Dilma serão muitos, mas acredito que é de suma importância a proximidade e diálogo mais amplo com a sociedade civil organizada e com os diversos movimentos sociais para que se possa avançar.
É urgente que o Governo, com o apoio da sociedade, traga ao cenário público questões como o combate à corrupção, bem como a discussão e aprovação de uma Lei que regule as concessões para os meios de comunicação.
Torna-se impossível falarmos em democracia sem democratizar os meios de comunicação. O que vimos nessas eleições e continuamos a ver durante décadas são oligopólios/mídia que controlam (70%) e atuam como partido político, fazendo oposição diária ao governo do PT. Temos que ampliar a democracia a partir da mídia, e isso não significa restrição de liberdade ou ditadura, mas, ampliação da participação de outros setores da sociedade.
Registro nesse artigo indignação aos comentários racistas e preconceituosos contra os nortistas e nordestinos, negros, homossexuais e mulheres, bem como ao político da oposição, o deputado eleito Coronel Telhada (PSDB-SP), que sugeriu a divisão do País (divulgado em seu blog).
Infelizmente, o Brasil da Casa Grande e Senzala está presente em muitas mentes que jamais imaginam um projeto coletivo que beneficie a todos os brasileiros. Para eles, esses projetos são de loucos “comunistas” e “vermelhos”, que querem transformar o Brasil em uma “nova Cuba, Venezuela, Bolívia, China”. E reforçam ainda mais do que isso: deve ser combatido e tirado de cena a qualquer preço um partido (de esquerda) que represente os interesses dessa “gentinha vagabunda”… “É preciso manter a Ordem e o Progresso do Brasil”.
A luta do povo só está começando! Vamos em frente!
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