Unindo forças: o futuro da filantropia global após a ameaça à USAID
Direitos Humanos
Por Luiza Serpa
A recente proposta de Elon Musk de fechar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vem gerando discussões sobre o futuro da ajuda humanitária global. A USAID é responsável por direcionar bilhões de dólares para áreas essenciais, como saúde, o à água potável e segurança energética. Só em 2024, a USAID respondeu por nada menos que 42% de toda a ajuda humanitária do mundo rastreada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Se essa proposta se concretizar, o impacto sobre projetos humanitários e sociais seria devastador. A eliminação da USAID representaria uma grande lacuna, especialmente em regiões que dependem dessa ajuda para sobreviver a crises sanitárias e de infraestrutura. Os EUA são de longe o maior doador do planeta de ajuda humanitária — ainda que o país gaste anualmente, menos de 1% de seu orçamento em assistência estrangeira, valor proporcionalmente menor do que diversos países.
À medida que a ajuda externa do governo dos EUA diminui, as organizações filantrópicas locais e regionais precisam se tornar protagonistas no apoio a suas comunidades. No entanto, essas organizações precisam de mais apoio para expandir seu alcance e aumentar a eficácia de suas ações. A capacitação dessas redes menores e a criação de parcerias transnacionais podem fortalecer a base da filantropia global, tornando-a mais equitativa e ível.
O momento é de união e adaptação. Se as redes de filantropia conseguirem se fortalecer e cooperar, será possível enfrentar os desafios globais com mais eficácia, para garantir que a ajuda humanitária continue chegando às pessoas que mais precisam.
*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor
Sobre a autora: Luiza Serpa é fundadora e diretora do Instituto Phi, única brasileira no Conselho Estratégico da rede Latimpacto, Responsible Leader da BMW Foundation, fellow da Skoll Foundation, integrante do Conselho da rede NEXUS Global, membro da Entrepreneur’s Organization (EO). Faz parte do comitê da Plataforma Conjunta e foi reconhecida como Empreendedora Social do Ano pela Folha em 2020. Luiza contou sua história num capítulo do livro “Mulheres do Terceiro Setor”, da Editora Leader, que aborda as histórias, cases, aprendizados e vivências de 18 empreendedoras sociais ao longo de sua carreira.
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