Janeiro de 2025 foi o mês mais quente já registrado
Direitos HumanosJaneiro teve temperatura média global de 1,75°C acima dos níveis pré-industriais, segundo pesquisa do Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia, tornando-se mês mais quente já registrado

Por Lucas Neves
Janeiro de 2025 foi o mês mais quente do planeta, afirma pesquisa do Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia. Nesse período, a temperatura média global esteve 1,75°C acima dos níveis pré-industriais, indo contra o Acordo de Paris, o qual estabelece o compromisso dos países em limitar o aumento da temperatura a 1,5°C.
Dos últimos 19 meses, 18 tiveram temperaturas acima das estabelecidas pelo Acordo de Paris. Entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, a Terra ficou 1,61°C acima da média estimada de 1850 – 1900, período utilizado como referência para definir o clima pré-industrial.
A segunda metade do Século XIX serve como referência de temperatura para o planeta, uma vez que o período representa o momento no qual a indústria ainda não produzia gases-estufa em larga escala. Cientistas do mundo todo alertam para as consequências do aumento superior a 1,5°C, capaz de potencializar eventos climáticos extremos, além de acentuar casos de incêndios florestais, secas e escassez de alimentos.
É possível dizer que a Terra já sofre as consequências das temperaturas elevadas. No Brasil, por exemplo, os desastres climáticos aumentaram 250% nos últimos 4 anos, segundo estudo lançado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica. Em 2024, ano mais quente já registrado conforme a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o país teve uma das maiores enchentes da história, no Rio Grande do Sul, e um nível recorde de incêndios florestais.
Acordo de Paris
Aprovado durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), em 2015, o Acordo de Paris foi aprovado por 195 países, os quais se comprometeram a reduzir emissões de gases de efeito estufa no contexto do desenvolvimento sustentável. Foi estabelecida a meta de manter o aumento da temperatura média global menor que 2°C acima dos níveis pré-industriais, buscando limitar esse crescimento a 1,5°C.
O Brasil está entre os países s do acordo, comprometendo-se a difundir o uso de fontes renováveis de energia e a combater o desmatamento. Por outro lado, os Estados Unidos, com a posse de Donald Trump, em janeiro, anunciou por meio de decreto que sairá novamente do tratado internacional.
Em sua primeira agem pela Casa Branca, Trump retirou o país do Acordo de Paris. No entanto, ao assumir em janeiro de 2021, Joe Biden trouxe o país de volta. Segundo dados da plataforma Climate Watch, do instituto de pesquisa WRI (World Resources Institute), os EUA são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás apenas da China. O Brasil está na décima posição.
Agenda 2030 e as mudanças climáticas
A Agenda 2030 da ONU também realiza um apelo global para reduzir as mudanças climáticas, preservando o meio ambiente e a população. Entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), está o ODS 13 (Ação Climática). Ele estabelece metas que visam a adoção de medidas urgentes para combater as alterações do clima e os seus impactos no planeta.