A cinco anos do prazo da Agenda 2030, como o voluntariado empresarial pode alavancar os 17 ODS?

Direitos Humanos
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Imagem: Canva

 

Por Anna Paula Montini

 

Em 2015, a ONU traçou um caminho global para transformar o futuro do planeta e das gerações seguintes por meio da Agenda 2030 . Com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ela busca erradicar a pobreza, garantir a igualdade, promover a educação e a proteção ambiental, entre outros desafios urgentes. A cinco anos do prazo final para a implementação dessas metas, ainda enfrentamos muitos desafios e tenho a convicção de que o voluntariado empresarial é um pilar fundamental para alcançá-las, potencializando o impacto de ações e mobilizando recursos de forma única.

As empresas, com sua capacidade de engajar pessoas, têm um papel crucial, que vai além da contribuição pontual para a comunidade. O voluntariado corporativo envolve a participação ativa de colaboradores em ações que atendem às necessidades da sociedade, ao mesmo tempo em que fortalece a cultura interna da organização. Quando alinhado aos ODS, como no combate à pobreza (ODS 1), por exemplo, o voluntariado representa um instrumento eficaz para promoção de mudanças tangíveis. Empresas que mobilizam seus colaboradores para ações de apoio a comunidades vulneráveis ou programas de capacitação e desenvolvimento profissional não apenas auxiliam diretamente pessoas em situação de risco, mas também oferecem oportunidades para que possam melhorar sua qualidade de vida e garantir sua autonomia.

A prática empresarial também pode ser uma aliada importante na promoção da educação de qualidade (ODS 4), ao permitir que empresas ofereçam mentorias, treinamentos e o a informações valiosas para estudantes e jovens em comunidades desassistidas. Programas educacionais e de capacitação são essenciais para garantir o futuro de milhares de jovens e, por isso, o envolvimento do setor privado é fundamental para alcançar esses objetivos.

Com a crescente preocupação com a mudança climática (ODS 13), o voluntariado corporativo também vem se destacando como uma ferramenta eficaz na promoção de ações de preservação ambiental. Colaboradores envolvidos em iniciativas simples de conscientização e preservação, como plantio de árvores, campanhas de reciclagem e limpeza de espaços públicos, contribuem diretamente para a preservação dos recursos naturais e o combate aos danos ambientais causados pela ação humana.

Além dos benefícios globais, a prática do voluntariado garante retorno para as empresas. Ela fortalece o vínculo entre os colaboradores e a organização, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo, solidário e engajado. Ao se envolver em ações voluntárias, os colaboradores desenvolvem habilidades interpessoais e de liderança, que contribuem para sua evolução profissional e o fortalecimento da cultura organizacional. Empresas que promovem o voluntariado demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar da sociedade, o que fortalece sua imagem perante os clientes, parceiros e comunidade em geral.

Nos próximos anos, à medida que nos aproximamos de 2030, temos uma responsabilidade crescente de intensificar nossas ações em prol dos ODS. Com a união de esforços entre empresas, colaboradores e sociedade, o setor empresarial tem uma oportunidade única de transformar a Agenda em realidade. Ao adotar o voluntariado como uma prática constante e estratégica, as organizações devem contribuir para a construção de um futuro mais justo e sustentável, e ainda fortalecer sua posição no mercado, atraindo talentos e reforçando seu compromisso com a sociedade.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Sobre o autor: Anna Paula Montini é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Gestão do Empreendimento e Terceiro Setor pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pós-graduada em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona, na Espanha, além de possuir certificações em direitos autorais, leis de incentivo, LGPD e regulações do terceiro setor. Em 1997, Anna iniciou sua atuação profissional como professora assistente de Direito Ambiental na PUC-SP. A partir de 2001, desenvolveu uma respeitada e reconhecida trajetória no terceiro setor, tendo atuado 18 anos numa das mais importantes instituições do país, o Itaú Cultural, e cinco anos na Fundação Itaú. Vale ressaltar que a Anna não possui LinkedIn, por conta da sua trajetória de mais de 15 anos na Instituição Itaú.


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