O Terceiro Setor como catalisador do ESG nas empresas
ONGs em Ação
Por Wenceslau Madeira
O conceito de ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance) tem ganhado espaço nas estratégias empresariais e no debate público, mas ainda enfrenta um desafio crucial: sair do campo teórico e se materializar em práticas concretas. Embora muitas organizações já reconheçam a importância de incorporar sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança ética, a implementação efetiva dessas diretrizes ainda é incipiente em diversos setores.
O cenário atual revela uma lacuna significativa entre o discurso e a prática, especialmente nas instâncias de tomada de decisão. Indicadores ESG, muitas vezes limitados a relatórios e ações pontuais, precisam ser integrados ao núcleo estratégico das organizações para gerar impacto real e duradouro.
Sabemos que as pautas sociais têm ganhado cada vez mais destaque no cenário brasileiro, e iniciativas de instituições como a De Peito Aberto (DPA), são essenciais para empresas que buscam adotar práticas alinhadas aos pilares do ESG.
Entidades do terceiro setor não apenas desenvolvem projetos de impacto social, mas também atuam como um canal estratégico para empresas interessadas em aprimorar suas métricas de responsabilidade social e governamental. Nesse contexto, é fundamental estabelecer um diálogo com patrocinadores e criar indicadores dentro dos próprios projetos que contribuam para o avanço dessas práticas.
Embora o conceito de governança ambiental social já esteja amplamente incorporado ao terceiro setor, ainda há muito espaço para uma maior representatividade nos conselhos de istração das empresas patrocinadoras. Há uma troca importante entre os técnicos de meio ambiente, os técnicos sociais, a área de engajamento das empresas, mas, quando analisamos a tomada de decisão e o balanço das organizações, percebemos que o ESG ainda não é prioridade, ou seja, não está no centro das atividades.
Esse cenário reforça a necessidade de fortalecer a integração das práticas ESG nas estratégias empresariais e nas decisões de alto nível. A centralização desse tema pode gerar impactos significativos na governança corporativa e no engajamento social, especialmente em um contexto onde a sociedade exige cada vez mais responsabilidade ambiental e social das organizações.
Outro desafio é a falta de diálogo entre setores. Pela experiência na De Peito Aberto, posso afirmar que o esporte educacional e participativo hoje é majoritariamente promovido por ONGs e pelo terceiro setor. Infelizmente, há pouco investimento nesse segmento em outros espaços da sociedade.
O esporte no Brasil tem um potencial transformador ainda muito maior. Para maximizar esse impacto, é essencial que governos e empresas reconheçam sua relevância social e sua conexão com a agenda ESG. Investir em esporte vai além de apoiar atletas ou grandes competições: é contribuir para uma sociedade mais saudável, educada e integrada.
O desafio é grande, mas os benefícios para as próximas gerações são imensuráveis.
É hora de pensar no esporte como uma política pública central e essencial, que une saúde, educação e cidadania. O futuro do Brasil depende dessa integração.
Wenceslau Madeira é fundador e atual Diretor Presidente da Peito Aberto (DPA), organização social criada com o objetivo de contribuir para o esporte, a educação, a saúde e a cultura. Como treinador e professor de natação, tem agens por diferentes clubes, entre eles o Swimming Nature Swimming School, de Londres (Inglaterra). É formado em Gestão Pública pela UNIBH, especialista em natação pelo Institute of Swimming Teaching and Coaching e possui MBA em ESG (IBMEC).
11/12/2024 @ 08:31
Fazer um trabalho solidário onde possamos melhorar o mundo em que vivemos não é um sonho impossível. Somos seres humanos, fraternos e solidários.
13/12/2024 @ 11:08
Para além de reflexões, são as ações efetivas nos pilares das organizações e toda a sociedade, terão resultados eficazes em todos os setores mundiais para a equidade l.