Da porta para dentro: 3 dicas de como as OSCs podem implementar ESG

Direitos Humanos
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Imagem: Adobe Stock

Por Luccio Oliveira

Tanto no terceiro setor, quanto na iniciativa privada, a sigla ESG já faz parte do cotidiano. O termo surgiu em 2004 em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de 9 países, como resultado de um questionamento do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras do mundo. A proposta era obter respostas dos bancos sobre como integrar os fatores ESG ao mercado de capitais.

A sustentabilidade, que é reflexo de empresas que se preocupam em ir além do resultado econômico e sim em atingir um resultado socioambiental positivo, está cada vez mais presentes nas agendas das grandes corporações ao redor do mundo.

Mas uma pergunta nos surge: será que esse compromisso com as gerações futuras, sem renunciar à sustentabilidade financeira e sua perenidade é somente atribuição para organizações corporativas e dos governos? Creio que não. Este compromisso é de todos nós, sem exceção, e para tanto as organizações do terceiro setor também precisam entender a importância de colocarem esse tema em suas agendas.

Para o mundo corporativo, as implementações de práticas de ESG, em muito caso, significam a permanência das empresas no mercado, visto que os consumidores estão cada vez mais exigentes no que se refere aos compromissos socioambientais, mas para as OSCs, é uma questão ainda mais importante. 

As práticas de ESG nas organizações do terceiro setor tornam-se uma questão de ética e de coerência com as atividades desenvolvidas, principalmente pelo fato de que o nosso objetivo maior é o bem social e assim são fundamentais implementações de práticas internas que assegurem o nosso compromisso com essas causas. É importante reforçar que organizações sociais, independente do nicho de atuação, podem e devem se comprometer com o meio ambiente e as questões sociais. Portanto, trago aqui alguns caminhos para essa implementação, na prática:

  • Foco no meio ambiente

Na questão da sigla E (Ambiental), implementações “simples” são de grande valia. Se a organização tem uma sede fixa, é bem-vinda a gestão de resíduos, o consumo consciente, a cadeia de suprimento comprometida com as práticas sustentáveis, treinamento e educação para equipe, são algumas atividades que as organizações devem adotar no seu dia a dia. 

  • De olho nos colaboradores

Quando falamos do S (Social), ações voltadas para Igualdade de Gênero, Diversidade, Saúde Mental para os Colaboradores e Melhorias no Ambiente de Trabalho, Política de Combate ao Assédio são demandas práticas que devemos adotar.  

  • Agindo com transparência

O G (Governança) também demanda a adoção de práticas para o sucesso das nossas organizações, como Disponibilização de Relatórios Contábeis, Estatutos, Prestação de Contas dando o aos interessados a todas as informações assegurando a completa e irrestrita transparência, Adoção de Código de Conduta e Ética, Formação de Conselhos e Contratação de Auditoria Externa. Organizar, Controlar e Publicitar.

Assim como o ESG nas empresas corporativas atrai consumidores, no caso do Terceiro Setor, adotar essas práticas asseguram maiores chances de captação de recursos, já que cada vez mais os doadores querem ter suas marcas e seus nomes ligados às organizações que se comprometam com o social, ambiental e com a governança. Além de fazer bem a toda sociedade, faz muito bem às nossas organizações no que se refere a atração de recursos.

Agora que entendemos um pouco mais da importância da adoção do ESG para nossas instituições, vamos colocar em prática?

*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Sobre o autor: Luccio Oliveira, Presidente do Instituto Capim Santo desde 2019. Original de Ilhéus – BA, onde se formou em istração de Empresas pela Universidade Estadual de Santa Cruz, teve seu primeiro contato com a gastronomia nos Estados Unidos, onde trabalhou em diversos cargos em redes de restaurantes. Como formação, é gestor de empresas na área de seguros e formou-se em gastronomia com extensão na Espanha.


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