Gaza: aumenta o número de recém-nascidos à beira da morte

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Nesta terça-feira, profissionais humanitários da ONU alertaram que um número crescente de bebês está “à beira da morte” devido à fome aguda em Gaza, causada por cinco meses de intensos bombardeios israelenses e constantes recusas de o à ajuda.

Recém-nascido em Rafah, sul de Gaza/ Imagem: Unicef/Eyad El Baba

Nesta terça-feira, profissionais humanitários da ONU alertaram que um número crescente de bebês está “à beira da morte” devido à fome aguda em Gaza, causada por cinco meses de intensos bombardeios israelenses e constantes recusas de o à ajuda.

Em conversa com jornalistas em Genebra, a porta-voz da (OMS), Margaret Harris disse que as equipes médicas testemunham cada vez mais os efeitos da fome, inclusive bebês recém-nascidos que simplesmente morrem “porque têm peso muito baixo ao nascer”.

Em resposta às conclusões do relatório da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), sobre Gaza, publicado na segunda-feira, o alto comissário dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, afirmou que a fome é o resultado das “extensas restrições de Israel à entrada e distribuição de alimentos, ajuda humanitária e bens comerciais”.

Turk observou que “perante a fome” as famílias recorreram agora ao envio de crianças do norte para o sul de Gaza “desacompanhadas, na esperança desesperada de que encontrem comida e apoio entre as 1,8 milhão de pessoas já deslocadas para lá”.

Os comentários do alto comissário sobre o agravamento da crise de fome em Gaza ecoaram as advertências do secretário-geral da ONU na segunda-feira. António Guterres reiterou o apelo às autoridades israelenses “para garantir o o completo e ir aos bens humanitários em toda Gaza”.

Falando a jornalistas em Nova Iorque, o líder das Nações Unidas apelou à comunidade internacional “para apoiar totalmente” os esforços humanitários da ONU.

Ele afirmou que “os palestinos em Gaza estão ando níveis horríveis de fome e sofrimento”, descrevendo o relatório do IPC como uma “terrível demonstração das condições no terreno para os civis”.

A OMS afirmou que as equipes médicas que atuam no enclave arrasado pela guerra têm recebido um número crescente de mulheres grávidas perigosamente abaixo do peso.

De acordo com Margaret Harris, Gaza era um território “onde o sistema de saúde funcionava bem” e a desnutrição era “inexistente”.

Para ajudar os habitantes mais vulneráveis e salvar vidas, o objetivo da OMS é estabelecer centros de emergência de estabilização da desnutrição. No entanto, a especialista da agência afirmou que o progresso tem sido dificultado pela falta de segurança e pelos obstáculos contínuos ao o à ajuda.

Margaret Harris explicou que já foi montado um centro no sul, porém a tentativa de fazer o mesmo no norte é limitada pela dificuldade de levar materiais sem garantias de o e segurança.

Ela reforçou os apelos de que seja permitida a entrada de ajuda Gaza uma “escala enorme” e afirmou que “o desespero é tão grande” que quando isso acontecer, os suprimentos de socorro “serão absorvidos como areia”.

 

Fonte: ONU News


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