A importância dos Comitês de Auditoria e de Pessoas em instituições filantrópicas

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Foto: Adobe Stock

Por Custódio Pereira

Em um cenário de constante mudança e desafios complexos, as instituições filantrópicas desempenham um papel vital em nossa sociedade, atendendo às necessidades de comunidades em áreas como educação, saúde e assistência social. Para que essas organizações funcionem de forma eficaz e alcancem seus objetivos, é fundamental adotar práticas sólidas de governança corporativa. Os Comitês de Auditoria e de Pessoas são peças-chave nessa jornada.

As instituições sem fins lucrativos enfrentam demandas cada vez maiores por transparência, prestação de contas e eficiência na gestão de recursos. Os doadores, financiadores e a sociedade em geral exigem uma atuação responsável e eficaz,  garantindo que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente para cumprir sua missão.

É aqui que os Comitês de Auditoria e de Pessoas entram em cena. Esses comitês são importantes na supervisão e no aprimoramento das práticas de governança. Vamos explorar a importância de cada um deles.

Comitê de Auditoria

O Comitê de Auditoria garante a  integridade financeira e a gestão de riscos de uma organização sem fins lucrativos. Ele trabalha em estreita colaboração com as auditorias internas e independentes para revisar as práticas contábeis, os controles internos e a conformidade regulatória.

Este comitê ajuda a instituição a:

  1. Assegurar a Transparência Financeira: Garante que as finanças da organização sejam transparentes, o que é essencial para manter a confiança dos doadores e financiadores.
  2. Mitigar Riscos Financeiros: Identifica e avalia os riscos financeiros, ajudando a evitar problemas que possam prejudicar a saúde financeira da instituição.
  3. Promover Boas Práticas de Governança: Contribui para o desenvolvimento e aprimoramento das práticas de governança corporativa.

Comitê de Pessoas

O Comitê de Pessoas, por sua vez, concentra-se na gestão eficaz dos recursos humanos, o ativo mais valioso de qualquer organização. Em uma instituição sem fins lucrativos, que muitas vezes opera em condições desafiadoras, a gestão de pessoas é fundamental.

Este comitê ajuda a instituição a:

  1. Desenvolver Liderança e Cultura Organizacional: Ajuda a desenvolver liderança e promove uma cultura organizacional que apoia a missão da instituição.
  2. Gestão de Talentos: Contribui para a aquisição, desenvolvimento e retenção de talentos, garantindo que a organização tenha as pessoas certas no lugar certo.
  3. Promover a Ética e a Integridade: Assegura que a ética e a integridade sejam priorizadas na organização, promovendo um ambiente de trabalho saudável.

Neste sentido, o FONIF está comprometido em apoiar e capacitar as instituições filantrópicas a estabelecer e fortalecer esses comitês. É com o entendimento de que uma governança sólida é o alicerce para um impacto social positivo que seguimos trabalhando em conjunto com nossos parceiros, como o Semesp e o IBGC, para oferecer cursos de capacitação, como os de Comitê de Auditoria e Comitê de Pessoas.

À medida que enfrentamos desafios sociais complexos, é fundamental que as instituições sem fins lucrativos se preparem para um futuro incerto e continuem a cumprir sua missão. Os Comitês de Auditoria e de Pessoas são ferramentas valiosas para alcançar esse objetivo e, assim, impactar positivamente as comunidades que servimos.

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A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

*Custódio Pereira é presidente do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (FONIF), Mestre em istração pelo Mackenzie e Doutor em Historia Econômica pela USP.