Mulheres representam 51% das pessoas que atuam com voluntariado no Brasil

Protagonistas do terceiro setor, as mulheres promovem emancipação social, geração de renda, combate à violências e igualdade de gênero por meio do voluntariado 

Por Ana Clara Godoi

As mulheres representam mais da metade do grupo de pessoas que atuam como voluntários no Brasil. De acordo com a Pnad Contínua 2019, no seu dia-a-dia, 92% das mulheres realizam afazeres domésticos e mais de 36% cuidam de outras pessoas. Ainda assim, elas encontram tempo para promover solidariedade e ajudar o próximo por meio do voluntariado.

O trabalho voluntário é, além de uma das formas de exercer a cidadania, uma ferramenta de empoderamento feminino. Para Silvia Naccache, empreendedora social, fundadora e voluntária do Grupo de Estudos de Voluntariado e coautora do livro Voluntariado Empresarial Estratégias para de Programas Eficientes, as atividades voluntárias permitem e ampliam a emancipação feminina. “Ao incentivar a participação colaborativa, o trabalho voluntário consegue incluir grupos minorizados, como as mulheres, na tomada de decisões, colocando-as em um papel central na transformação social”.

Silvia destaca que é de suma importância promover o trabalho voluntário em organizações e causas que defendem a igualdade de gênero e garantia de direitos, como o fortalecimento de mulheres em cargos de liderança, saúde, combate à violência e ao preconceito – iniciativas que contribuem para o ODS 5, meta da Agenda 2030 que incentiva a igualdade de gênero.

Uma das iniciativas do terceiro setor que atua em prol da igualdade de gênero e empoderamento feminino é o Consulado da Mulher. Através do programa Educação Empreendedora, o Consulado fortalece pequenos negócios istrados por mulheres, disponibilizando oficinas, mentorias e palestras ministradas por voluntários que possuem conhecimento na área. É possível se tornar um voluntário a partir de um cadastro no site.

O Consulado da Mulher também conta com dois programas de assessoria: o EmpreendeNoZap, que possui duração de 3 meses e é realizado no formato online; e o Assessoria Direta, realizado ao longo de 1 ano. Ao todo, os programas já beneficiaram mais de 2 mil empreendimentos em todo o Brasil.

Embora as mulheres representem 51% do voluntariado, há oportunidades para todos. Silvia explica que projetos sociais e organizações que apoiam mulheres empreendedoras, que incentivam mulheres e meninas em carreiras, que abrigam e apoiam mulheres vítimas de violência, e produzem campanhas de prevenção e saúde da mulher, podem ser apoiados por qualquer gênero. “O voluntariado vem para agregar valor à filantropia e solidariedade, acho que assistimos muito isso nas situações emergenciais. Ele está ao alcance de qualquer pessoa, então é um instrumento para ser valorizado e incentivado”.