Horta urbana cultivada por mulheres alimenta 30 famílias em Pernambuco

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Em Olinda (PE), uma horta urbana cultivada por mulheres com apoio da campanha ‘Mãos Solidárias’ agora produz alimentos para 30 famílias de uma comunidade

Horta urbana feita por mulheres alimenta 30 famílias em Pernambuco
Foto: Aniérica Almeida

Por Juliana Lima

A comunidade de Peixinhos, que fica na cidade de Olinda, em Pernambuco, ganhou uma horta urbana cultivada por mulheres da região que produz alimentos para 30 famílias. A iniciativa surgiu pela campanha Mãos Solidárias e ganhou o nome de Horta Popular Agroecológica Dandara, em referência à guerreira negra que liderava o Quilombo dos Palmares.

A ideia surgiu ainda em 2020, no auge da pandemia do coronavírus, época em que o desemprego e a fome começavam a aumentar no Brasil. O objetivo, então, era promover a segurança alimentar da comunidade e desenvolver debates e aprendizados sobre alimentação saudável e direito à alimentação.

O primeiro o foi mobilizar os moradores para se envolverem no projeto, a partir do trabalho de agentes populares de saúde e dos movimentos parceiros. Hoje, a produção vai inteira para quem dedica tempo de trabalho na horta, que são, em sua maioria, as mulheres da comunidade.

Elas recebem orientações técnicas no Centro Sabiá, entidade parceira do Mãos Solidárias, e contam que o projeto foi importante para sua autonomia, educação e, principalmente, para sua saúde.

“Quando teve a colheita de couve, elas não quiseram levar para casa. Fomos questionar o porquê daquilo e descobrimos que a maioria nunca havia provado a couve. Então, fizemos oficinas de preparação de alimentos, usando a couve e mostrando as possibilidades de consumo. A partir dessa experiência elas mudaram o conceito sobre a couve”, conta Aniérica Almeida, mestre em Extensão Rural e assessora para Agricultura Urbana do Centro Sabiá.

Aniérica conta também que, ao longo dos últimos dois anos, a horta enfrentou alguns problemas como, por exemplo, a falta de água. No entanto, o compromisso das mulheres com a horta e seus alimentos fez com que os problemas fossem todos superados. Em sua última catalogação, o projeto registrou mais de 40 espécies sendo cultivadas no local.

A dona de casa Ana Lúcia de França é uma das mulheres que cuidam da horta. Ela lembra que o início da pandemia foi um período difícil para a família e que participar da iniciativa significou uma mudança de vida. “Foi um tempo muito difícil dentro de casa porque faltava tudo. Ouvi falar do trabalho da horta e fui conhecer. Lá, aprendi a plantar uma comida saudável sem veneno nem agrotóxicos. A gente colhe muito coentro, couve, alface, pimentão e outros legumes e ervas para chá”, diz ela.

Para doar para a Horta Popular Agroecológica Dandara, clique aqui.

Fonte: UOL ECOA


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