2021 ficou entre os sete anos mais quentes de todos os tempos

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Relatório da Organização Meteorológica Mundial aponta que 2021 ficou entre os sete anos mais quentes da história. Para especialistas, dado é prova irrefutável de aquecimento global provocado pelo homem

2021 ficou entre os sete anos mais quentes de todos os tempos
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Por Juliana Lima

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), das Nações Unidas, 2021 ficou entre os sete anos mais quentes de todos os tempos. A informação foi retirada de uma compilação de seis conjuntos de dados internacionais e divulgada no dia 19 de janeiro de 2022 pela OMM.

A temperatura média global no ano ado ficou 1,11ºC acima dos níveis pré-industriais, tornando 2021 o sétimo ano consecutivo em que os termômetros mundiais ficaram mais de 1ºC acima do registrado antes da Revolução Industrial no século 19.

Ainda de acordo com o relatório, desde 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior. O alerta é que, com níveis recordes de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, a tendência é a mesma para os próximos anos.

“O ano de 2021 será lembrado por uma temperatura recorde de quase 50°C no Canadá, comparável aos valores relatados no quente deserto do Saara da Argélia, chuvas excepcionais e inundações mortais na Ásia e Europa, bem como seca em partes da África e da América do Sul”, disse, em nota, Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

Petteri Taalas explica também que nem mesmo a La Niña, fenômeno natural de resfriamento do Oceano Pacífico que está agindo desde 2020, foi capaz de atenuar o impacto do aquecimento global.

“Eventos consecutivos de La Niña (que resfriam o planeta) significam que o aquecimento de 2021 foi relativamente menos pronunciado em comparação com os últimos anos. Mesmo assim, 2021 ainda foi mais quente do que os anos anteriores que sofreram influência do mesmo fenômeno. O aquecimento geral de longo prazo como resultado do aumento dos gases de efeito estufa é, agora, muito maior do que a variabilidade ano a ano nas temperaturas médias globais causada por fatores climáticos naturais”, disse.

Para a comunidade científica, apesar de não ser novidade, o dado é preocupante. “Sem cortes rápidos, fortes e sustentados nas emissões de gases de efeito estufa que devem ser acordados nas futuras reuniões climáticas, a cada ano continuaremos a ver mais documentos sobre o nosso clima apontando para um território ainda mais terrível”, disse Richard Allan, professor de ciências climáticas da Universidade de Reading, no Reino Unido.

Fonte: Correio Braziliense


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