13º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais traz reflexões sobre desafios da Filantropia

Cultura de Doação
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O Fórum 2024 destacou a importância da filantropia na transformação social, abordando temas como capital natural, equidade racial e modelos inovadores de filantropia; evento deu ênfase para diversidade e inclusão.

Foto: Divulgação

A 13º edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado no dia 4 de setembro pelo IDIS – Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento do Investimento Social, trouxe à tona questões fundamentais sobre o papel da filantropia na sociedade atual. O evento contou com a presença de líderes e especialistas da filantropia nacional e internacional, abordando temas como o uso de dados e tecnologia, a influência da filantropia familiar e o combate às desigualdades.

Com o tema “Filantropia entre nós”, o Fórum foi realizado em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation. Na abertura, Paula Fabiani, CEO do IDIS, enfatizou: “Este é um espaço para aprendizado, reflexões e troca de experiências. A cada ano, buscamos trazer grandes questões ao debate, reunindo perspectivas de diferentes regiões do Brasil e do mundo, e tendo em mente que são essas redes e esses nós que contagiam a nossa sociedade com esperança de um país com mais equidade”.

O evento também celebrou os 25 anos do IDIS, com a participação do fundador Marcos Kisil. “Eu percebi a falta de apoio técnico para filantropos atuantes e para os que poderiam chegar nos próximos anos. Essa foi a orientação que deu origem ao IDIS”, comentou.

A escritora Cida Bento, autora de “O pacto da branquitude”, iniciou o sobre desigualdades sociais com uma importante observação: “A filantropia precisa dialogar com as várias realidades do Brasil”, ressaltando a necessidade de inclusão. “Nós precisamos que as pessoas negras sejam parte, não só de quem vai receber o apoio dos projetos, mas também de quem pensa em que direção temos que ir”.

Philip Yun, do CCWA e do Global Philanthropy Forum, adicionou: “Precisamos estar atentos para o fato de que o mundo agora mudou para sempre. O que funcionava no ado, não vai funcionar no futuro”.

José Luiz Egydio Setúbal destacou a importância da filantropia familiar em resolver problemas sociais. “Não é a filantropia que vai salvar o Brasil ou acabar com a desigualdade, é. É a capacidade de interagir e fazer a interlocução com diversos setores”. Segundo Setúbal, a filantropia familiar tem uma grande capacidade de influenciar governos, empresas e a sociedade.

A relevância dos hospitais filantrópicos no sistema de saúde brasileiro foi abordada por Carla Reis, Chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde do BNDES. Ela destacou que “hospitais filantrópicos são responsáveis por cerca de 60% dos atendimentos em alta e média complexidade do SUS.”

O impacto da tecnologia na filantropia foi um dos temas debatidos por Daniel Paixão, fundador da ONG Fruto de Favela. “Será que as tecnologias atuais chegam a territórios vulnerabilizados?”, questionou. Paixão falou sobre a criação do Hub Periférico para integrar a periferia aos avanços tecnológicos.

Luana Genót, fundadora do Instituto Identidades Brasil (ID_BR), apresentou a Deb, um programa de inteligência artificial para inclusão. “A Deb nos ajuda a escalar o que a gente tem feito com números expressivos, mas queremos que cada pessoa possa tirar suas dúvidas com ela sem medo de cancelamento”, disse.

O evento também marcou o lançamento do Compromisso 1%, uma iniciativa que busca engajar empresas a doarem pelo menos 1% do lucro líquido anual para causas sociais. Entre as empresas que aderiram estão AB Mauri, KPMG e Tozzini Freire Advogados.

O “Os nós do S na agenda ESG” discutiu o papel do setor empresarial nas transformações socioambientais, com participação de Luciana Morelli, Liane Freire e Mônica Gregori. O Fórum foi encerrado com um debate sobre a construção de um futuro mais equitativo, com contribuições de Cláudia Soares Baré, Grace Maingi e Julia Brindisi.

O Fórum, que contou com 57 palestrantes e 13 sessões, atraiu uma plateia presencial de 294 pessoas e registrou 1.398 visualizações online, proporcionou uma plataforma de troca de ideias e o fortalecimento de redes na filantropia. Com abordagem abrangente e integrada para enfrentar os desafios sociais, discutiu temas que se alinham aos ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 5 (Igualdade de Gênero), ODS 10 (Redução das Desigualdades), ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação). Para mais informações e o às gravações, ar o site do IDIS.

Sobre o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, fundado em 1999, é uma organização social independente pioneira no apoio técnico a investidores sociais no Brasil. Sua missão é inspirar, apoiar e expandir o impacto do investimento social privado, colaborando com indivíduos, famílias, empresas, fundações e organizações da sociedade civil para transformar realidades e reduzir desigualdades socioambientais. Com foco na geração de conhecimento, consultoria e projetos de impacto, o IDIS promove o fortalecimento da filantropia estratégica e da cultura de doação, valorizando parcerias, cocriação e a diversidade de perspectivas.