Doença desconhecida deixa a pele de presos em carne viva em RR
Os casos estão ocorrendo na Penitenciária Agrícola e, além das feridas na pele, alguns presos não conseguem andar. Denúncia foi realizada pela OAB

Por: Mariana Lima
De acordo com uma denúncia realizada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB Roraima, mais de 20 presos estão contaminados por uma doença infecciosa de origem desconhecida.
Os casos estão sendo registrados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista. A doença vem causando feridas na pele dos detentos.
A situação foi confirmada após uma visita da comissão ao Hospital Geral de Roraima (HGR) no dia 17 de janeiro. Durante a inspeção, a equipe contabilizou 14 presos nos corredores e outros 10 na enfermaria.
Os relatos dos presos apontam para feridas nas mãos e nos pés. Alguns dos atingidos estão com partes do corpo em carne viva.
Os detentos deram entrada no hospital no início de janeiro com os primeiros sinais da doença na pele. Além disso, alguns dos presos apresentaram suspeita de hepatite, enquanto outros já estão com tuberculose.
No grupo atingido pela doença, alguns não conseguem andar em consequência do inchaço nas articulações. Até o momento, não há informações sobre a origem da doença de pele.
De acordo com a OAB-RR, os presos chegaram a relatar que os sintomas surgiram após tomarem uma água com mau cheiro e gosto ruim, mas não conseguiram informar quando ocorreu.
O presídio em que os casos vêm ocorrendo está com superlotação, com mais de 2,2 mil presos no espaço. Em janeiro de 2017, ocorreu no local o massacre de mais de 30 presos.
Essa não é a primeira ocorrência de problemas de saúde em grupos de detentos do local. Em agosto do ano ado, 18 presos foram levados ao HGR após apresentarem sintomas de enfermidades como sarna, tuberculose e furúnculos, possivelmente resultados da superlotação.
A Comissão da OAB-RR havia visitado a penitenciária em outubro de 2019, quando os primeiros sinais da doença foram constatados, no entanto, em menor gravidade.
A Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (SESAU) informou por meio de nota que 12 detentos estão em tratamento, sendo que 5 foram diagnosticados com tuberculose. Um dos presos foi diagnosticado com escabiose, que acabou gerando uma infecção secundária nas mãos após coçá-las.
Fontes: G1 | Ponte Jornalismo